quinta-feira, 7 de junho de 2012

Dor


Sorriso

O sorriso economizado à minha presença
é investido em olhares alheios
Alheios a todo amor,
toda dor que existe
Alheios ao torpor com que observo a cena
Obscena, violenta, pulsão de morte

Coração

Derrete-se minha face frente ao calor,
às chamas que dançam e corroem
o abrasado carvão enegrecido
Não pelas sombras efêmeras
Mas pelo tempo que sepulta toda morte
Invariável, implacável

Carvão coração, quem te dá vida?
Ainda há que se descobrir
como fazer a chama queimar sem matar
o tempo passar sem sepultar

A dor que aperta o peito
e só faz aumentar
é produto do amor multiplicado em todo cuidado,
Todo carinho, de quem sofre calado,
de quem sofre sozinho
por sentir o vazio que preenche o peito
como bala que rasga
como única resposta à pergunta fatal
Quando vais me amar?

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Publicado originalmente em http://talestomaz.blogspot.com no dia 19 de junho de 2008.

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