quinta-feira, 7 de junho de 2012

A dificuldade da simplicidade


Há um ano e meio passei por uma cirurgia que me impossibilitou de sair de casa por vários dias. Enquanto pensava no que fazer, me lembrei de um livro de português que usei durante todo o Ensino Médio. Aha! "Vou aprimorar meu português!"

Comecei a estudar avidamente o livro didático. Comecei a fazer os exercícios, a treinar, a ler mais e a prestar atenção nos outros textos. Descobri que meus textos não eram exatamente aquilo que eu pensava. Foi então que percebi pequenos detalhes que diferenciavam um amontoado de palavras incompreensíveis de um bom texto. Após alguma reflexão, caiu a ficha: tive que aprender novamente tudo o que já havia "estudado" no Ensino Médio. Não havia me aplicado em aprender na época certa e tive que gastar mais tempo para reaprender, ou reciclar, se você preferir. É claro, naquela época jamais poderia imaginar que sintaxe serviria para alguma coisa!

Moral da história: os educadores - pais, professores ou quem quer que seja (o vizinho, por exemplo!) - devem mostrar ao aprendiz que aquilo que estão ensinando tem alguma validade - se tem. Daí vem a grande capacidade de um educador, se rebaixar do seu nível superultrahiperculto e complexo para o mundo simples de uma criança, de um adolescente. Nada mais simples. Nada mais difícil.

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Publicado originalmente em http://talestomaz.blogspot.com no dia 25 de setembro de 2006.

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